Um povo marcado pela força, coragem e visão de futuro.


Um pouco sobre as origens da
Princesa da Serra

Lages, coração pulsante dos Campos de Cima da Serra, carrega em suas origens a força de um povo resiliente, movido pela fé, coragem e visão de futuro. Desde os primeiros tropeiros que desbravaram nossas terras até os dias de hoje, a cidade se ergue como símbolo de tradição, cultura e desenvolvimento.
Com uma localização privilegiada e uma história marcada por desafios e conquistas, Lages tornou-se o elo entre o passado e o futuro de Santa Catarina, conectando culturas, valores e oportunidades. O relato a seguir, cuidadosamente redigido pelo Dr. Ronny Albert Westphal, diretor do Hospital Nossa Senhora dos Prazeres, nos transporta às raízes dessa terra que sempre acolheu quem acreditou em seu potencial.

Santa e Bela Catarina, terra abençoada o estado em que vivemos, herança bendita, nossa história é lindíssima de contar, mas foi duríssima de viver. Quantas lágrimas, dores, incertezas, provações, transformaram-se em orações, fé, esperança. Acreditar no futuro, uma nova pátria.

Não existe registro de civilização erguida sem fé e espiritualidade, o povo catarinense floresceu sob a proteção de Deus, de Nossa Senhora e a padroeira Santa Catarina de Alexandria, princesa inteligente e muito bela, que encontrou o verdadeiro sentido de vida no amor de Cristo, foi martirizada e santificada, suas vestes vermelha e branca simbolizam as cores de nossa bandeira. Nosso paraíso é feito de muitas glórias, nosso povoamento é multiétnico, conserva valores culturais que norteiam a vida de todos e somados faz orgulho ao nosso Brasil.

Não é diferente em nosso lar. Contarei um pouco dos campos de Lages, inspirado pela Fundação Cultural, museu Thiago de Castro e o livro O Continente das Lagens de Licurgo Costa.

Viver em nossa serra só foi possível através do caminho dos conventos – Araranguá à Sorocaba em 1728. A seguir foi retificado de Lages à Viamão, fator decisivo para a economia local, situado a meio caminho, organizou-se como ponto de descanso e engorda das tropas que permaneciam por alguns meses antes de seguir o trajeto.

Por motivo de posição geográfica estratégica o rei português Dom José I e seu poderoso primeiro-ministro Marquês de Pombal, determinam ao governador de São Paulo, Morgado de Matheus, que fundasse uma póvoa ao sul, em 1765. Em 1766, em carta trocada entre Morgado de Matheus e o primeiro-ministro Pombal, registram-se as razões da fundação de Lages. Explica a importante e difícil missão de encontrar e contratar capitão-mor a altura do empreendimento, e finalmente o escolhido chama-se Antônio Correia Pinto.

Descreve a qualidade do terreno, seus rios, potencial cultivo de frutos, as fazendas de gado... Monta a estratégia de defesa militar, a exemplo: apoiar Laguna e potencial invasão inimiga.

“e fazendo-lhe a promessa de um hábito de Cristo, depois da povoação estar edificada: ele partiu com toda sua família no mês de agosto, e deixou a consideração de vossa senhoria, o quanto me custaria metê-lo neste empenho... Dei-lhe uma imagem de Nossa Senhora dos Prazeres que era minha...ˮ

Após enorme esforço e dedicação, o povoamento foi nomeado Nossa Senhora dos Prazeres do Sertão das Lagens, em 22 de maio de 1771 oficialmente fundada.

O próximo um século e meio, muita história registra-se, nossas tradições, lutas, sociedade. Lages dependeu decisivamente, para seu desenvolvimento econômico e social, dos três tipos de tropeiros, o de gado bovino, o de burros e cavalos, os transportadores de mantimentos e sal (famoso comboeiro).

Os heroicos tropeiros que unificaram e fundaram nossa pátria, também serviam à missões delicadas, à exemplo do tropeiro Luiz Schmidt que, por iniciativa de Frei Rogério Neuhaus e ordem do Coronel Belisário Ramos, teve a incumbência de transportar de Florianópolis até Lages, três irmãs de caridade, Irmã Geórgia, Irmã Geralda, Irmã Benevenuta, que em 1901, instalaram o colégio que veio a ter o nome de Santa Rosa de Lima. Perceberam a sensibilidade de Luiz Schmidt que, naquela viagem, levou para fazer companhia às freiras, sua filha, senhorita Josefina Schmidt, sobre mulas em jornada que durou 10 dias.

Sobre esse ato de profunda empatia e civilidade, iniciou a trajetória da ordem Mãe da Divina Providência em nossa cidade, a qual temos imensa gratidão

O Relato do Dr. Ronny, continuou com uma bela explanação voltada a inauguração da nova UTI do hospital Nossa Senhora dos Prazeres.

O trecho escolhido para ser publicado nos leva a olhar para nossas origens, enxergando os alicerces de um futuro promissor. É com esse espírito pioneiro e com o mesmo sentimento de esperança que convidamos você a fazer parte da nossa história. Assim como aqueles que construíram os primeiros capítulos de Lages com fé e determinação, seguimos avançando, transformando desafios em oportunidades e honrando nosso passado com visão de futuro.

Seja bem-vindo a Lages, uma cidade que preserva suas raízes, cultiva suas tradições e abre caminhos para um amanhã de grandes realizações.